Cabala?

segunda-feira, agosto 10, 2009 by

7:00. Peciso sair, levar o carro para a concessionária, trocar uma peça na garantia. Mania, olho o hodômetro, marca 7570. A oficina abre às 7:30, fica na mesma avenida onde moro, mas não é tão perto. Ainda bem que não está chovendo… nem está tão frio: 17º. É, acho que dá pra voltar andando…

Tudo resolvido na oficina: 7 minutinhos na fila, mais 7 minutos para emitir a ordem de serviço. Kilometragem atual? 7577. Ah, então estou a 7km de casa… continuo firme no propósito de seguir a pé. Olho o número da concessionária, 2mil e pouco… claro, para 9mil e pouco de onde moro, são os 7km medidos no hodômetro. É legal andar a pé, sozinho, uma nova visão sobre lugares conhecidos “de passagem”, sem contar com a oportunidade de conversar sozinho, pensar um pouco na vida, tão incerta nos últimos dias. Olha só… um jato daquela empresa aérea nova, a Azul… parece bem pequeno essa aeronave da Embraer…

Olho as numerações, vencido o primeiro km, olho o relógio: 7minutos. Hum, ritmo forte, melhor aliviar ou vou cansar muito: os tênis não são apropriados para caminhada ou corrida. Um airbus da TAM, olha só, bem maior que avião da Azul… bem de perto, com o trem de pouso baixado, a avenida margeia a pista do aeroporto. Mais um km, agora, calcanhares e panturrilhas tem certeza que esse tênis não é bom de caminhada. Os 7min gastos pra o primeiro km agora se converteram em 12. Nem tanto, deu até pra descansar, aperta um pouco o passo. Um avião da Webjet… boeing ou airbus?

Porto Alegre não é como Recife. Essa avenida poderia ser comparada à avenida Recife, mas nem de longe eu faria essa indiada na Av. Recife. Em Poa é mais tranquilo, embora eu insista em não levantar o capuz do agasalho: as pessoas te olham diferente. E eu perco minha visão periférica, não sei se tem alguém do meu lado, e tal… mas talvez seja melhor fechar o ziper até o pescoço, não quero arriscar um resfriado. Embora Roger de Renor diga que seja Recife, descobri que na verdade é de Porto Alegre o mérito do título de “Maior Cidade Pequena do Mundo”. Com mais do que o dobro da área territorial e 113mil habitantes a menos (IBGE, censo de 2007), PoA tem umas coisas que só vendo pra crer. Uma avenida importante como essa precisa de placas regulamentando o trânsito de veículos de tração animal?

DSC05308

Um cara de capuz, óculos escuros (no dia nublado), boné… atitude estranha. Ok, atravessou a pista, não dá nada. Mas eu vou parar aqui no postinho… o que beber? Um Gatorade, claro. Um viva para o poder da propaganda, que me fez pagar 7 Reais para me sentir isotonicamente reposto. Aliás, 7 Reais, não: 7 pila, moeda corrente dos Pampas.

Os 2 km finais foram um pouco difíceis, as canelas latejando a cada passada, mas logo agora que eu já consigo ver o condomínio? Não vou pegar um táxi agora… cara de pau, né? Só mais um pouco…

Ok, estou entrando no apartamento. Direto pro meu banho quente. Olho o relógio: 1h17min. 77 Minutos.

Recorrente

sexta-feira, julho 31, 2009 by

O post de hoje vai em multimídia.
Um grande abraço, e bom fim de semana a todos!
Melô do Congresso (créditos no vídeo)

Clima, de novo

sábado, julho 25, 2009 by

Semana passada eu mencionei aqui que estava frio. Lembro que estava algo perto de 7, 8 graus Celsius. Essa semana estava prevista uma queda brusca de temperatura na quinta-feira, mas como na quarta estivemos na média dos 17°, passando de 20 no meio da tarde, achei que voltaríamos aos 9, 10°…

Acordei ontem, sexta-feira. Não parecia tão frio assim… Liguei o laptop, a barrinha lateral do Windows mostrava 3°. Não acreditei, liguei a TV e ouvi as notícias sobre temperaturas negativas, lagos congelados, neve, geada, “a madrugada mais fria desde 2004”. Antes de terminar esse post, fui buscar links para notícias, e descobri que hoje (sábado) de manhã, “Porto Alegre registra frio mais intenso da década“. Bem, me mudei pra cá em 2005… se considerarmos a sensação térmica e que o inverno aqui costuma trazer ventos agressivos, acho que agora eu posso dizer: QUE FRIO DA @#$&*%$@!!!!

PS: Eu sei que muita gente aí já foi para lugares com -20, -30.
Mas nossa casa, como a maiora em Porto Alegre,
não tem estrutura de calefação e coisas do gênero,
artigos de luxo em POA…


Estacionamento da empresa onde um amigo trabalha

Estacionamento da empresa onde um amigo trabalha

Indigna ação

sexta-feira, julho 24, 2009 by

Voltei, Recife!
Foi o soldado que me trouxe pelo braço!
Quero ver novamente a tesoura no bucho passando,
Eu já vendi meu rim e vou vender meu baço!

Se eu fosse fumante – parei num longínquo 1994 – estaria fumando agora. Vários seguidos, acendendo o próximo na bituca do anterior. E entre uma baforada e outra, estaria pensando – como estou pensando agora – me perguntando de que adianta virar a noite trabalhando e estudando, se quem leva o crédito é o apadrinhado do gerente. Questionando de que adianta atender e se relacionar bem com o cliente, quando o promovido é a(o) fulana(o) que transa com o(a) coordenador(a). Tentando entender de que vale ser honesto, e pagar o pato daqueles que, digamos, usam e abusam de verdades alternativas.

As conclusões óbvias são até ofensivas: Ética não paga aluguel. Lealdade não compra comida. Honestidade não garante emprego de ninguém. Um imbecil vem e joga no lixo tudo o que você aprendeu com seus pais, na escola, na igreja, etc, e sai rindo da sua cara – e por cima. Pra que serve tudo isso, então? Só pra te dar uma consciência tranqüila? Então tá, deito e durmo tranqüilo. Meus credores – oh, coitados dos bancos! – que fiquem nervosos.

Está

sexta-feira, julho 17, 2009 by

Respondendo ao amigo do sul.
Brasília está para o seco. Mas é bom.

Clima

sexta-feira, julho 17, 2009 by

A questão clima costuma ser mal interpretada devido a estereótipos que temos: o Nordeste está para o calor, assim como o Sul está para o frio. Não raro, sou questionado por gaúchos como estou me adaptando ao frio daqui, e eles ficam bestificados quando respondo que o frio é tranqüilo, que ruim de verdade é o calor. As duas primeiras semanas de janeiro trazem um calor infernal, abafado, sufocante e muito úmido. Facilmente passa dos 40°, e como temos sol claro até quase 21:00, é calor “até umas hora”. E aí, o espanto é dos amigos que ficaram no Nordeste: “Mas POA não é frio?” Sim, no inverno é muito frio. Como agora.

Protesto

sexta-feira, julho 17, 2009 by

Em Brasília, acontecem coisas fantásticas. A foto que vocês vêm aí é de um protesto gigante organizado pelos caminhoneiros e motoristas de ônibus para mudar alguma legislação referente a fretes. Imaginem sei lá quantos quilômetros e três faixas das seis do Eixo Monumental totalmente ocupadas pelos motoristas. Tudo com colaboração da Polícia Militar. Achei realmente legal a oportunidade que eles tiveram para demonstrar indignação e o que mais quisessem. Coisas da capital federal.Imagem092[1]

Retorno

quarta-feira, julho 15, 2009 by

É verdade… 6 meses de afastamento e, como era de se esperar, muita água desse sarapatel foi mudada nesse período. Carro novo, crise nova, banda nova, busca de trabalho novo, doença nova… Até mesmo a perspectiva de que este sarapateleiro que vos escreve ter que caber de novo lá na terrinha. Completamente fora do planejado, absolutamente forçado pelas circunstâncias.

Pior é o ócio forçado. Anticriativo, antieconômico, extremamente tedioso e desmotivante.

Mas chega de lamúria. A fila anda, a terra gira, a crise passa e a influenza também. Só não passa a gente. Afinal, um homem é um homem, e um gato bebe leite. Estamos de volta, e o caldeirão tá fervendo. Olho na pressão!

De volta

terça-feira, julho 14, 2009 by

Depois de 6 meses de ausência, resolvi voltar ao Sarapatel. Saudade daqui. Em Brasília, tudo mais calmo, mas adaptado. Apenas as notícias do congresso que não tem como acostumar. Que loucura. Todo mundo achando que a malandragem é carioca…ledo engano. Começamos a estação seca…chuva só em outubro…

Ao contrário…

sábado, janeiro 31, 2009 by

…do meu colega do Planalto, não temos planos de passar o carnaval em Recife. Aliás, essa é uma das épocas em que mais agradeço por estar nos Pampas, onde as tentativas de carnaval não chegam a incomodar quem é avesso à folia – como eu e minha esposa. Mas nem por isso nosso carnaval vai ser morgado: teremos a visita de meus pais! E como bônus, eles ainda deverão trazer lembrancinhas e comidinhas da terrinha! Que maGavilha!

Em comum com o amigo do Planalto, só a campanha por um 2010 mais, digamos, “slim”. Mas num tem nada a ver com andar sem camisa, ao contrário… é pra caber numa certa camisa dourada que ganhei e que, tomara, vou usar muito esse ano…

Vou me embora curtir o feriadão de 2 de fevereiro. Se eu não voltar antes do carnaval a todos, seja descansando ou foliando. Mas juízo, hein, gente?

Carnaval

segunda-feira, janeiro 19, 2009 by

Depois de um fim de ano sem recesso (vide foto abaixo), comprei minha passagem para o CARNAVAL DE RECIFE! Felicidade aqui é mato! Eu devo estar entre os foliões mais tabacudos da cidade. Pelo menos me considero assim. Aliás, poucas palavras são tão recifenses como tabacudo. O pessoal do trabalho já adotou. Passar o fim-de-ano em Brasília foi uma experiência interessante, mas não sei se penso em repeti-la. Bebe-se pouco, chora-se pouco, come-se muito. Até eu que não sou tão fã de comida de Natal devo ter engordado aos montes. Hora de malhar para o projeto Carnaval Sem Camisa 2010, porque o 2009 eu vou gordinho mesmo. Bora? Bando de tabacudo!

30 de dezembro de 2008

30 de dezembro de 2008

2009!

terça-feira, janeiro 6, 2009 by

Tem um comercial, na verdade uma chamada para um programa do GNT, o Alternativa Saúde, que achei bem interessante e oportuno. Nele aparece um dia na vida de uma mulher, e os mesmos fatos são narrados sob duas perspectivas opostas.  

Na primeira a narrativa é mais ou menos o seguinte: 

Ela ficou duas horas presa no trânsito, depois passou o dia todo trabalhando; ao chegar em casa, ainda teve que ficar com o filho“.

Na sequência (sem trema, olha o novo acordo ortográfico!), as mesmas imagens são mostradas, mas a narrativa agora é a seguinte:

Ela ficou duas horas ouvindo música, depois passou o dia todo fazendo o que gosta; ao chegar em casa, ainda teve tempo para brincar“.

Espero não tomar um processo pela chupada publicitária, mas desejo a todos um 2009 sob essa nova perspectiva: que olhemos o ano novo por um outro ângulo, que a gente assuma uma postura de boa vontade, de encarar tudo de uma maneira mais positiva, de dar um bom exemplo, de simplesmente fazer o bem.

30/12/2008

terça-feira, dezembro 30, 2008 by

Esta é a data em que muitos dos leitores devem estar em confraternizações, enchendo o latão em algum bar ou simplesmente colocando o sono em dia. Enquanto isso, em Brasília, Ministérios, Autarquias e Empresas Públicas (já sei a diferença disso tudo) trabalham enlouquecidamente. Final de ano pra governo funciona de outra forma. Também tô aprendendo. Fora isso, Brasília está linda. Toda decorada para o Natal. Quando eu aprender a postar fotos aqui como o companheiro lá dos Pampas, mando umas. Ah, tenho que ir porque amanhã também é dia de branco.

Notas fora da escala

terça-feira, dezembro 23, 2008 by

É. Eu tava mesmo estranhando como eu, sendo músico e apaixonado-viciado em música, ainda não tinha postado nada específico sobre música.

Navegava eu à toa pela blogosfera, naquela de fazer hora, quando achei umas resenhas sobre um tal de Vitor Araújo, jovem pianista pernambucano que vem dando o que falar – e melhor, o que ouvir. Ouvi uma canção (uma releitura genial de Paranoid Android) e como garoto gosta de desconstruir, já virei fã. Continuei a persquisar sobre meu novo ícone musical, e descobri ele foi dura e severamente criticado por um outro – até então, para mim – ícone pernambucano do descontrutivismo musical, o maestro Marlos Nobre, cujo trabalho conheci quando eu ainda tentava aprender a tocar piano. Lembro-me bem de ouvir longas sessões de estudo de meu amigo “Tonico” Nigro (hoje residente na Alemanha) estudando a Nazarethiana, de Marlos Nobre. Posso mencionar que aquilo ajudou a abrir meus horizontes musicais, e hoje eu gosto de ouvir loucuras como, por exemplo, Chick Korea.

Lembro que até já tinha desistido de procurar pela web material sobre o referido maestro e compositor pernambucano, e agora, sem procurar, acho esse material: uma dura e injusta crítica a um jovem músico que – como eu – admirava o seu trabalho e deu o seu toque pessoal numa releitura. Não quero aqui fazer juízo de valor a respeito da técnica ou qualquer outro aspecto da performance de Vitor Araújo, ao contrário: quero lamentar que ainda hoje, em pleno século XXI, ainda tenho que assistir ao triste espetáculo dos puristas, dos eruditos, que não admitem nada que esteja fora das linhas do seu pentagrama, fora das normas clássicas, formais, eruditas; pessoas que defendem com unhas e dentes a honra de nomes como Bach, Villa Lobos, Schoenberg, mas esquecem que os euditos que eles defendem também já quebraram as regras de seu tempo.

Que pena que a música ainda esteja presa e engessada pela arrogância e falta de visão dos “eruditos”.
Mas ainda há esperança. Anotem esse nome: Vitor Araujo.

PS: Feliz Natal a todos! E não esqueçam que esse papo de que Papai Noel vai dar presente a todo mundo é lenda… ele diz isso a todo mundo que é pra todo mundo sentar no colo dele…

Mudança

quinta-feira, dezembro 11, 2008 by

Até que enfim, consegui me mudar. Por “me mudar”, entenda-se todo o processo compreendido desde a busca de um apto que satisfaça aos requisitos (logística, conforto, localização, tamanho, orçamento e etc) até à mudança propriamente dita; esse processo ainda compreende uma longa e penosa burocracia onde vc precisa praticamente implorar que te aceitem como inquilino, mesmo que a renda familiar seja 5x maior que o valor do aluguel e que vc tenha vencido o constrangimento de providenciar um fiador com dois imóveis quitados e escriturados. E olha que o meu Sarapatel não é o de Brasília – onde pelo menos no imaginário popular, nasce, cresce, reproduz-se toda a burucracia nacional – mas não morre nunca.

Antes da mudança...

Antes da mudança, limpeza e sossego...

...e o caos instaurado no durante.

...e o caos instaurado no 'durante'.

Uma opção para fugir do constrangimento do fiador é o seguro-fiança: você paga antecipadamente um valor equivalente a 3 aluguéis (!) – valor que não será ressarcido nunca – e todo ano que for renovar o contrato, paga de novo o mesmo valor. Só posso imaginar que que quem instituiu essa modalidade deve receber 15 salários por ano, para ter disponibilidade de pagar 15 aluguéis. O pior de tudo foi agüentar o desaforo de tentar entender:

(Eu): “Mas porque fazer um seguro de fiança locatícia?”
(Corretora): “O senhor não faz seguro do seu carro todo ano?”
(Eu): “Sim, porque pode ser que roubem meu carro. E eu, vou colocar um apartamento no porta-malas do carro e fugir??” :-S

“Ah, meu Brasil, que se perdeu sem conhecer um apogeu…
Esse solo tão fértil, esses campos tão meus, quem abençoou foi Deus.”
(O Teu Futuro Espelha esta Grandeza – RPM & Bezerra da Silva)